“O Nome no Judaísmo”

“O Nome no Judaísmo”

“Nomes e nomes duplos”
É notável a presença de várias pessoas que possuem dois nomes. Ao analisar este detalhe na vida judaica percebemos que há uma série de conjuntos de uso comum enquanto outros conjuntos são mais raros entre judeus. Isto se deve a razões diversas que levaram ao surgimento destes nomes, e que uma vez que estes “entram em série”, é normal que seus descendentes usem os mesmos nomes como um gesto de honra a seus antepassados.
Portanto, há nomes com sentido bíblico conjunto, como por exemplo: Yaacov Israel (os dois nomes patriarca Jacob), ou então Binyamin Zeev (Zeev significa “lobo” a qual Benjamin foi comparado em Gênesis 49:27), ou Yehuda Arye (Judá é comparado ao filhote de leão em Gênesis 49:9). Aparentemente, o fator que mais define os nomes de crianças judias, é o nome de antepassados da família. Provavelmente muitos nomes duplos surgiram ao chamar um bebê pelo nome de dois antepassados. Vale ressaltar que conforme a Cabalá, evita-se o uso de nomes de pessoas que tiveram uma morte acidental pois não sabemos se o nome deles tem alguma relação com sua morte (isso só se refere a nomes ou conjunto de nomes incomum). Neste caso, é aconselhável usar um nome parecido mas não idêntico ao do falecido. Pela mesma razão não é aconselhável dar nomes novos ou inventados.
Por outro lado existem conjuntos de nomes que foram dados a pessoas enfermas com intuito de trazer bênção como um último recurso para obter cura. Neste caso costuma-se acrescentar ao nome original mais um nome como “Chaim” (vida), “Chai” (vivo), ou “Chaia” (viva na versão feminina). Assim há um grande número de nomes duplos onde um dos nomes é “Chaim”. Vale notificar que o nome que é acrescido neste caso só “entra em vigor” para o resto da vida, se a pessoa ora-enferma vive pelo menos 30 dias depois de receber o novo nome.
Existem também nomes que refletem a época do ano na qual nasceu a pessoa. A pessoas nascidas perto de Purim, logicamente podem ser chamadas de Mordechai, Ester ou Hadassa. A pessoas nascidas no mês de Iyar (aproximadamente Maio-Junho, em 2014), faz sentido chamar de “Meir Shimon” pois neste mês há o aniversário de falecimento de dois grandes sábios da Mishná (obra de leis judaicas que serve como a base do Talmud): Rabi Shimon Bar Yochai e Rabi Meir Baal Hanes; ambos sepultados na Galileia. Para terminar, é interessante a presença de nomes judaicos que são nomes de animais. O livro Ziv Hashemot explica que estes nomes invocam a saúde e a força que tem tais animais.

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