PERSONAGEM HISTORICO: Rabi Chaim Ben Attar

PERSONAGEM HISTORICO: Rabi Chaim Ben Attar

Rabi Chaim Ben Attar nasceu perto de Sali em Marrocos no ano de 1696 e faleceu em Jerusalem em 1743 e está sepultado no nobre e antigo cemiterio do Monte Das Oliveiras em Jerusálem.
Ao estudar na Yeshivá em Marrocos, Rabi Chaim Aben Atar resolveu aprender a ser ourives para não usufruir do estudo da Torá como um instrumento para sustento. Mesmo quando foi nomeado “Rosh Yeshivá” (reitor), fez isso voluntariamente e seguiu trabalhando nas horas vagas. Ele tinha talento e poderia ter enriquecido muito. Mas o que lhe interessava era estudar a Sagrada Torá, por isso ele prestava serviços para um ourives não judeu, usava o dinheiro ganho e só voltava a trabalhar quando o dinheiro terminava. O patrão não simpatizava muito com judeus, mas como Rabi Chaim era um grande profissional, compensava lhe empregar. Inclusive, o patrão implorava para ele trabalhar mais horas e prometia significantes somas de dinheiro. Porém sempre foi refutado, já que Rabi Chaim só queria saber de estudar a Torá.
Certa vez, o Sultão preparava o casamento de sua filha e encomendou com este ourives uma grande variedade de jóias caras e preciosas. Nos próximos dias o ourives madrugava e trabalhava até tarde, mas não conseguiu cumprir o prazo do Sultão. Justo nestes dias Rabi Chaim estava abastecido pelos ganhos anteriores e não veio trabalhar. Quando o sultão percebeu que seu pedido não estará pronto para o casamento, ficou tão enfurecido, que quis punir o ourives e trancar ele na jaula dos animais ferozes que ele mantinha. O pobre ourives resolveu que não tinha o que perder e culpou Rabi Chaim. “Se o judeu tivesse vindo trabalhar, eu conseguiria entregar sua encomenda” disse ao sultão.
O Sultão não gostava dos judeus e logo ordenou jogar Rabi Chaim para os leões. Rabi Chaim levou consigo seu Talit e Tefilin, e alguns livros sagrados confiando na salvação de D-us. Aos preocupados judeus que o acompanharam ele disse: “O Santo Bendito Seja, que nos protege sempre, me protegerá também destes leões.” Rabi Chaim foi lançado na jaula, mas os animais não se aproximaram dele. Após três dias os guardas retornaram para averiguar a morte do judeu, porém quão grande foi sua surpresa ao ver o sábio sentado entre as feras, atando os Tefilin e coberto com Talit, concentrado nos seus manuscritos. O próprio sultão veio incrédulo, para assistir a cena, “os animais fizeram amizade com o rabino” pensaram. Em seguida Rabi Chaim foi libertado e como conseqüência aumentou o respeito de todos aos judeus, pois viram que o Santo Bendito Seja, cuida e protege-os.
No fim de sua vida, Rabi Chaim Aben Atar emigrou para a Terra de Israel e fundou lá uma Yeshivá. Até mesmo o Ba`al Shem Tov, que morava na Europa, tentou mudar-se a Israel para se encontrar com ele, mas empecilhos diversos surgiram durante esta viagem e lhe fizeram retornar para sua cidade Meszhibouzh. Mas ele enviou seu grande aluno Rabi Guershon de Kitov, para a Yeshivá de Rabi Chaim Aben Atar e manteve comunicação com ele através de cartas (tudo isto a cerca de trezentos anos atrás). Rabi Chaim publicou várias obras. A mais conhecida é o comentário do Pentateuco chamado “Or Hachaim” que contém extensas explicações Cabalísticas da Torá. Esta obra foi aceita por todo o povo judeu e foi apelidada de “Or Hachaim Hakadosh” (o Santo livro “Luz da Vida”).

Fonte: Sipurey Tsadikim Machanaim, vol. 5 parte 1.

No Comments

Post A Comment