21 fev PERSONAGENS HISTÓRICOS: “Rabi Meir e Rabi shimon”
“Rabi Meir e Rabi shimon”
Rabi Meir faleceu em 14 de Iyar e está sepultado dentro de uma bela construção antiga em Tiberias. É um local onde muitos vão orar pois é considerado um túmulo “milagroso”.
Rabi Shimon faleceu em 18 de Iyar e está sepultado dentro de um antigo edifício em Miron junto a seu filho Rabi Elazar e perto de muitos túmulos de sábios. Quem passa por esta região poderá reconhecer de longe os túmulos dos antigos sábios que estão pintados na cor azul celeste como marcação.
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“Rabi Meir Baal Hanes”
Muitos conhecem a história de Rabi Shimon o autor do livro cabalístico “Zohar” que contém as revelações divinas a ele concedidas.
Nesta edição vamos detalhar parte da história de Rabi Meir Baal Hanes (lit. “dono do milagre”).
A história consta no Talmud (Avoda Zará 18a): Rabi Meir era genro de Rabi Chanina Ben Tradion. Este Rabi Chanina, fazia uso do nome de D-us (para alcançar sua vontade). Isso não foi bem visto pelos céus e foi decretado que ele e sua esposa sejam mortos e sua filha será capturada entre prostitutas. De fato Rabi Chanina desafiou o imperador Romano que proibiu o ensino da Torá e por isso ele foi morto queimado. Sua esposa foi morta e sua filha foi capturada entre as prostitutas. Só que ela tinha uma irmã chamada Beruria que era esposa de Rabi Meir. Ela fez com que Rabi Meir juntasse uma boa porção de moedas de ouro (“dinarei” em aramaico, o que, diga-se de passagem, pode ser a raiz da palavra “dinheiro” em português), e subornou o guarda que cuidava dela. Rabi Meir pensou: “se ela se corrompeu, não merecerá um milagre para salvação”. Disfarçado, ele tentou se aproximar dela mas ela disse que esquivou dele. Assim ele viu que certamente ela não se corrompeu. Ao guarda ele ofereceu uma soma suficiente para subornar seu chefe e ainda restaria uma boa parte para ele. Mas o guarda poderia sofrer a pena de morte se fosse pego e temia aceitar a generosa oferta de Rabi Meir. Então Rabi Meir disse: “se o levarem a forca, diga “D-us de Meir, salve-me!” e tu serás salvo”. Para provar a eficácia destas palavras, Rabi Meir agrediu cães ferozes que ali circulavam e quando eles o atacaram ele disse a frase e os cães o largaram. Assim o guarda libertou a sua cunhada. Dias depois, o guarda foi pego e levado a forca onde ele disse a frase “Elo-ha de-Meir aneni” e a corda se rasgou de seu pescoço. Ao verem isso, os carrascos lhe interrogaram e ele contou tudo a eles. Foi anunciado nos portais de Roma um mandato de busca contra Rabi Meir, que se viu obrigado a fugir para a Babilônia.
Comentário: Obviamente Rabi Meir podia se salvar com milagre. Mas não é correto utilizar o conhecimento de Torá para o benefício individual (Ética dos Pais 1:13), que como consta no início da história, pode lever a severas punições. Talvez seja esta a razão de Rabi Meir optar por fugir e não se proteger com invocação de milagres. É importante ressaltar que muitas vezes sábios fizeram uso do poder da Cabalá. Mas geralmente, eles foram instruidos a fazer isto ou pediram permissão para salvar outras pessoas e comunidades.
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