30 jun “Por que ser Cohen é hereditário?!”
“Por que ser Cohen é hereditário?!”
No Judaísmo nota-se uma grande valorização de algumas dinastias: os Reis de Israel devem ser descendentes do Rei David, os sacerdotes no Templo são os descendentes de Aarão e os dízimos agrícolas são doados aos descendentes de Levi[1], em troca de alguns serviços públicos.
Qual é a razão desta distinção? Qual é a lógica por trás disso? Vejam o seguinte comentário:
No início do livro de Êxodo[2], há um relato onde Faraó, o Rei do Egito, dá a ordem a duas parteiras israelitas, Shifrá e Puá, para que matem todos os bebês machos de Israel e deixem viver as fêmeas. Se o plano de Faraó fosse realizado, restariam israelitas somente do gênero feminino. Estas iriam casar-se com egípcios por falta de opção. Não restaria ninguém que fosse filho após filho de Jacó. Faraó pensava que isto tiraria o orgulho dos israelitas por sua origem e evitaria uma possível rebelião israelita contra o regime onde reinavam pessoas de origem egípcia.
Shifrá e Puá desobedeceram a ordem de Faraó e não mataram os bebês. Em seguida [3] a Torá conta que D’us viu este ato justo das parteiras e deu-lhes “casas”. Rash”i explica que estas são as dinastias da realeza, que são descendentes de Puá (Miriam, irmã de Moisés), e os Sacerdotes e Levitas que descendem de Shifrá (Iocheved, mãe de Moisés).
Pois então, todos judeus prestam honra às dinastias das mulheres que os mantiveram ligados à dinastia de Jacó (os quais são denominados [4] “um reino de sacerdotes”). Uma retribuição digna a Shifrá e Puá.
[1] O terceiro filho do patriarca Jacó.
[2] Êxodo 1:15
[3] Êxodo 1:21
[4] Êxodo 19:6
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