Resumo do período histórico de Chanuka

Resumo do período histórico de Chanuka

A diáspora judaica na época de Chanuká

Enquanto os judeus em Israel sofriam sob a opressão de Antiochus, o grego, a comunidade judaica no Egito estava em pleno crescimento. O ápice do crescimento ocorreu nos dias do governador Talmai-Philometer, um terço da população de Alexandria eram judeus ricos e cultos. Ali jazia uma sinagoga gigante onde setenta e um sábios (simbolizando a corte suprema de Jerusalém, que contava com este número de juízes), sentavam em cadeiras de ouro. O prédio era tão grande que para o público saber quando dizer “Amen”, o Chazan levantava um lenço pois sua voz não era ouvida nos cantos da grande sala. As pessoas sentavam na sinagoga conforme suas profissões, logo que um judeu migrava para a cidade, encontrava os judeus de seu ramo e era ajudado por eles. Quando os gregos começaram a nomear sumo-sacerdotes “agregados”, Chonio, filho do sacerdote Shimon Hatsadik fugiu ao Egito, ele construiu em Nof um “semi-templo” que servia como centro judaico regional. Chonio mantinha forte contato com os sábios de Israel e cuidou para não imitar o Templo de Jerusalém de forma idêntica na construção, pois é proibido reproduzir partes do Templo. Com o tempo muitos judeus migravam ao Egito onde apoiavam o poder de Talmai e opuseram-se aos que o
tentavam tirar do seu cargo. Talmai por sua parte, lhes concedeu plena igualdade de direitos.
Os judeus que ficaram em Israel, dividiram-se em três partidos, diante a imposição da cultura Helenista.
Os Essênios, deixaram de frequentar o Templo e de lutar para que este seja conduzido pelos judeus. Ao mesmo tempo dedicavam-se fortemente a praticar todas as demais leis da Torá. Para proteger-se dos decretos gregos que proibiam esta prática, eles escondiam-se em cavernas isoladas e abriram mão de todo conforto.
Pelo lado oposto, estavam os Saduceus, estes assimilavam o Helenismo e buscavam os prazeres “modernos” de então. Estes só não se tornaram plenos gregos, pois insistiam em conciliar o judaísmo com o helenismo. Para facilitar a própria vida, eles eliminaram todos os comentários para o texto básico da Torá apesar de estes comentários ter origens até o próprio profeta Moisés. Segundo esta visão as penas decretadas por juízes saduceus eram muito cruéis, literalmente arrancavam “olho por olho” (a Torá Oral cobra neste caso uma indenização em dinheiro avaliando o valor financeiro de um olho), e muitas vezes aplicava pena de morte.
Entre estas duas posições estavam os Perushim (Fariseus). Estes eram a maioria dos judeus que não abriu mão da vida pública e social mas ao mesmo tempo seguia estudando e praticando a Torá como no passado sem adotar o Helenismo, considerando o uma prática antagônica a espiritualidade judaica. Enquanto hoje não restou muito dos essênios e dos saduceus, o judaísmo atual segue a linha dos fariseus.
“No dia 28 de Tevet o Sanhedrin foi conquistado pelos fariseus. Rabi Shimon Ben Shatach, o único fariseu que restou no tribunal, fazia perguntas que os juízes saduceus não souberam responder. Desta forma, ele substituía a cada dia um deles por um sábio fariseu. Ao completar decretaram que este seja um dia festivo”[1]

(Fonte: Sichot Lano’ar vol.II pag.31 e pag.48)
[1] Citação de “Meguilat Taanit”

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